Filho, sou teu pai, sou teu amigo, por isso escuta o que eu digo, minha experiência é quem fala. Melhor aprende o que cala, e ouve com atenção. Este destino de peão, não te vou deixar de herança, porque me sobra esperança, de ver-te um dia patrão. Filho,meu velho também foi peão, e acostumou-se ao patrão, politiqueiro e caldilho, por sinal, pai de um filho que a força se fez doutor. E eu na solidão do meu rancho, só aprendi a fazer garranchos prá votar neste senhor. Filho, agora é chegada a hora, de saires campo afora, rumo a estância do saber Que este teu velho peão pobre, há muito que junta os cobres, pra te mandar aprender. Anda, vai e doma a leitura, te amansa em literatura, e prende no laço a ciência, que ao longo de tua ausência, hei de rezar ao senhor, prá que voltes à querência, um verdadeiro doutor.